segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Cifra

Pré-requisito:

Para um entendimento pleno do sistema de notação musical “Cifra” e necessário o conhecimento prévio dos seguintes assuntos:

* Intervalo.
* Escala Diatônica:
o Maior.
o Menor Natural.
o Menor Harmônica.
o Menor Melódica.
* Ciclo de Quartas e de Quintas.


Definição:

Trata-se de uma simbologia universal desenvolvida para representar um acorde e/ou uma situação harmônica. Ela não deve, de modo geral, induzir ou mesmo predeterminar qualquer informação sobre a posição do acorde, exceto quando se refere a uma inversão do baixo, ou em alguns casos específicos (esses casos devem ser tratado como exceção, não como forma geral). Até hoje na música ainda não foi definido um padrão único de cifragem. Teóricos e estudiosos, ainda lutam pela adoção e difusão de um padrão mais homogêneo. Por isso, e bastante comum encontrarmos divergência de opiniões e simbologias diferentes para cifragem. Um nome de destaque nesse contexto é o professor Ian Guest.

Objetivo:

A Cifra traz na sua essência o objetivo de indicar o “modo” do acorde, a escala e a função harmônica do momento. Com o uso da Cifra evita-se a notação do acorde em pauta, com isso ganhamos em legibilidade e interpretação do trecho musical. Além disso, a utilização da Cifra enfatiza a criatividade do músico, na medida em que ela da liberdade para o mesmo escolher a posição do acorde mais favorável a sua sensibilidade em relação ao tema, o qual executa, bem como os recursos delimitados por seu instrumento.

Devemos evitar ao Cifrar um acorde:

1) Over informação.

Utilização de símbolos que possam, a primeira vista, confundir o leitor, provocando um interpretação equivocada do acorde.

2) Dispensa-se: O emprego de sinais matemáticos ou quaisquer outros que não possuam sentido musical. Exemplo: Operador de soma “+” e operador de subtração “”.

Uma cifragem de difícil entendimento, bem como as que foram escritas com over informação, não significam um alto nível de conhecimento de harmonia. Muito pelo contrário, justamente porque a inteligência do emprego da cifragem é refletido na fácil visualização e interpretação do significado lógico dos movimentos harmônicos.
É fundamental que a programação visual de uma música cifrada seja clara, de fácil entendimento.


Cifrando Acordes:
Usamos as sete primeiras letras, maiúsculas, do alfabeto para representar as sete notas musicais. Partindo da nota Lá até a nota Sol, respectivamente:

  1. Lá = A
  2. Si = B
  3. Dó = C
  4. Ré = D
  5. Mi = E
  6. Fá = F
  7. Sol = G


Na Cifra, a letra maiúscula que indica o carde, informa quem é a nota fundamental do acorde. Ou seja, a nota mais grave (que dá nome ao acrode) quando o acorde se encontrar no estado fundamental. Quando a fundamental for uma nota acidentada acrescentamos a letra Maiúscula um sinal de sustenido (#) ou bemol (b) imediatamente a direita da mesma. Exemplo:

* C# (Dó sustenido)
* Eb (Mi bemol)

Quanto ao modo do acorde

Acorde Maior: Simplesmente não é usado nenhum símbolo que indique isso. Ou seja, é usado somente a letra maiúscula. Em caso de acidente, como mencionado acima, usamos o sustenido e o bemol imediatamente a direita da letra.

Acorde Menor: Para isso usamos a letra “m”, em minúsculo, imediatamente a direita da letra (e o símbolo de acidente, se for o caso). Exemplo:

Cm (Dó menor)

Fm (Fá menor)

Bbm (Si bemol menor)

C#m (Dó sustenido menor)


OBS: Todo acorde subentende uma ou mais escalas, na cifragem de acordes é imprescindível que a simbologia usada deixe muito claro qual a escala (ou quais são as escalas) sobre a qual se estrutura o acorde cifrado.

Notas adicionais nos acordes:

Para indicar a amplitude de um acorde podemos usar algarismos. Os números representam o grau da nota adicional. Embora não seja obrigatório o uso desse recurso, pois o uso de notas adicionais pode ser feito implicitamente. Lembre-se que a Cifra não se ocupa de informar a forma ou quantidade de notas no acorde, pois como foi dito anteriormente a liberdade para o músico montar o acorde cifrado é precedente. Toda via, em muitos casos é conveniente fazer isso explicitamente, principalmente quando a presença da nota adicional não for uma coisa obvia.

Cifras para notas adicionais explicitas:

* Sétimo Grau: A classificação para o sétimo grau define dois intervalos: Refere-se ao sétimo grau da escala sobre a qual o acorde é construído.
A) Sétima Maior: Usa-se o algarismo “7” sucedido da letra “M” maiúsculo. Exemplo:

+ C7M – Dó maior com sétima maior (Escala mior).
+ F#7M – Fá sustenido maior com sétima maior (Escala maior).
+ Ebm7M - Mi bemol menor com 7 maior (escalas menor harmônica ou melódica).

B) Sétima Menor: Usa-se apenas o algarismo “7”. Exemplo:

+ C7 – Dó maior com sétima menor (Escala maior).
+ F#7 – Fá sustenido maior com sétima menor (Escala Maior).
+ Em7 – Mi menor com sétima menor (Escala menor natural).


* Nono Grau: A classificação para o nono grau define três intervalos: Referem-se ao nono grau da escala sobre a qual o acorde é construído.
A) Nona Maior: Usa-se apenas o algarismo “9”. Exemplo:
  + D9 – Ré maior com nona maior (Escala Maior).

B) Nona Menor: Usa-se o algarismo “9” precedido do símbolo de bemol “b”
entre parênteses. Exemplo:

+ D7(b9) – Ré maior com sétima menor e bemol nove (Escala menor
harmônica ou melódica).
+ Ab7(b9) – Lá bemol maior com sétima menor e bemol nove (Escala menor
harmônica ou melódica).
C) Nona Aumentada: Exclusiva para acordes dominantes. Usa-se o algarismo “9” precedido do símbolo de sustenido “#” entre parênteses. Exemplo:
  + D7(#9) – Ré maior com sétima menor e nona aumentada (Escala menor harmônica ou
melódica).
+ Ab7(#9) – Lá bemol maior com sétima menor e nona aumentada (Escala menor
harmônica ou melódica).

* Quarto Grau: A classificação para o quarto grau define dois intervalos: Refere-se ao quarto ou décimo primeiro grau da escala sobre a qual o acorde é construído, convencionalmente para acorde maiores usamos o quarto grau como referência, ao passo que para acordes menores usamos o décimo primeiro.
A) Quarta Justa: Usa-se o algarismo “4” ou “11”. Exemplo:
  + C4 – Dó maior com Quarta (Escala maior, implicitamente define a supressão do
terceiro grau nesta escala neste acorde).
+ F#4 – Fá sustenido maior com sétima maior (Escala maior, implicitamente
define a supressão do terceiro grau da escala neste acorde).
+ Ebm11 - Mi bemol menor com décima primeira maior (escalas menor
harmônica, melódica ou natural).

B) Quarta Aumentada: Exclusivamente só aparece em acordes maiores. Usa-se
apenas o algarismo “#11” entre parêntese. Exemplo:
  + C7(#11) – Dó maior com sétima menor e décima primeira aumentada (Escala menor
melódica).
+ F#7M(#11) – Fá sustenido maior com sétima Maior e décima primeira aumentada
(Escala Maior).

* Décimo terceiro: Refere-se ao sexto ou décimo terceiro grau da escala sobre a qual o acorde é construído, convencionalmente para acordes maiores dominantes usamos o décimo terceiro grau como referência, ao passo que para os demais acordes (não dominantes) usamos o sexto. A classificação para o décimo terceiro grau define dois intervalos:
A) Décima terceira ou sexta: Usa-se o algarismo “6” ou “13”. Exemplo:
   + C6 – Dó maior com sexta (Escala maior, função harmônica não dominante).
+ Ab13 – Lá bemol treze (Escala maior ou menor harmônica, função harmônica
dominante, significa o mesmo que C7(13)).
+ Dm6 – Ré menor com sexta (escala menor natural, ou melódica).

B) Décima terceira Menor ou Bemol treze, sexta menor ou bemol seis: Exclusivo
para acordes menores ou maiores com função harmônica dominante. Usa-se o algarismo “6” ou “13” sucedido do sinal de bemol “b” entre parêntese. Exemplo:
    + Cm(b6) – Dó menor com sexta menor, ou bemol seis (Escala menor, natural ou
harmônica).
+ Ab7(b13) – Lá bemol com sétima menor e bemol treze (Escala menor, natural
ou harmônica).


Considerações finais:

* Toda alteração ou acidentes sobre qualquer grau da escala, numa cifragem deverá ser grafado entre parênteses. Exemplo:

o A7M(#11) – Lá maior com sétima maior e décima primeira aumentada.
o Ebm7(b5) – Mi bemol menor com quita diminuta e sétima menor (Ou Mi bemol
menor meio diminuto).
o G7(b13) – Sol maior com sétima menor e bemol treze.

* É proibido cifragem de inversão de acorde com notas de tensão no baixo, pois essa simbologia não define nenhuma função harmônica, ou na maioria das vezes o som do acorde significa algum outro acorde convencional. Exemplo:

o G7M(#11) /F#
As notas que compõem essa cifra significam um F#m11(b9) ou um F#4(b9).


Como você pôde observar, uma correta interpretação de um trecho harmônico cifrado em muitas situações vai depender de um sólido conhecimento prévio de analise harmônica.

2 comentários:

  1. Foi muito útil! Deus o abençoe!

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  2. Grato!
    Aproveitei, dei uma editada, formatei melhor o post.
    Espero que tenha ficado mais claro!
    A equipe do Estação Zn agradece!
    []’s

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